segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Desde a última vez


   Desde a última vez que escrevi nessa caixa branca muita coisa mudou. Meu cabelo mudou de cor, meu peso aumentou, minha tristeza é frequente, eu desaprendi a ficar sozinha e a socializar. Desde a última vez eu me sinto mais frágil. Ou talvez tanto quanto antes.
   Minhas mãos são trêmulas, meu coração bate rápido, o ar que eu respiro não enche por completo meus pulmões e eu me canso fácil demais. As lágrimas caem fácil demais também.
  Desde a última vez, eu perdi a vontade de ver meus amigos mais próximos, eu não consegui ir ao cinema nem ir ao show de uma das minhas bandas favoritas. Desde a última vez eu me tornei dependente. De remédios, de pessoas. Eu aprendi que eu odeio ainda mais despedidas, e me sinto vazia quando alguém vai embora.
  O que eu sinto não vai parar tão cedo, nem vai ser compreendido por muitas pessoas. O que eu sinto não vai mudar o mundo, não vai fazer ninguém parar sua vida pra me dar carinho. O que eu sinto me machuca, e me deixa com cicatrizes à mostra. O que eu sinto me dói por dentro e por fora e eu não tenho culpa disso.
   Às vezes, eu só queria parar de sentir.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Sobre mudanças

  Sempre tive dificuldade em mudar, e sei que a maioria de vocês compartilha isso também.
  Mas, às vezes é necessário. Novos ares. Novas descobertas.  
  É por isso, que hoje, 13 de julho, venho avisar que o blog vai ficar um tantinho abandonado. Sim, eu continuarei postando por aqui sempre que as fotografias não bastarem e eu precisar escrever o que eu to sentindo, MAS a notícia é que não vou deixar de ter um lugar dedicado às fotos cotidianas e aos ensaios. Criei um Stampsy e ele me permite mais coisas, de forma com que eu tenha me apegado a ele muito rápido. Então a partir de agora, se quiser me achar com fotos do meu dia a dia e dos ensaios que eu ando fazendo, é só clicar nesse link aqui.

pra ilustrar essa mudança, tem fotinho delicada do ensaio feito com a Steph (uma das minhas melhores amigas)

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Juin - fotografia de bolso

  Junho foi um mês de perdas e ganhos. Pessoas deixaram a Terra, pessoas deixaram minha vida. Outras começaram a fazer parte e eu descobri algumas amigas que nunca pensei que teria.
  Junho foi um mês de recaídas e de tentar descobrir a força interior que todo mundo diz que eu tenho. Foi tempo de superar algumas coisas e ser machucada com outras. C'est la vie.
























sábado, 27 de junho de 2015

Je ne me souviens pas

   Eu não me lembro bem de ter lido contos de fada quando pequena. Não lembro de ter andado de carrossel, ter colecionado coisas e muito menos ter um gato.
   Nesse dia em questão eu resolvi juntar e reorganizar toda a minha coleção de flores e folhas secas (além de conchas, libélulas, penas e tudo mais que vocês conhecem), ouvi o carrossel tocar, girando bem devagar, e adotei uma nova gatinha, pra me curar dos dias tristes já que a Alasca tava muito rebelde e não queria me dar amor.
   Eu não lembro direito como foi esse dia. Mas lembro que a Olga não resistiu por muito tempo, o que esmagou meu coração, como um pedacinho de papel. Foi um dia em que eu dei todo o meu amor e carinho pra um bichinho antes dele deixar esse mundo por ser pequeno demais pra aguentar a vida na Terra. 
   No mesmo dia eu comecei a tentar ver beleza nas coisas mortas. Por mais mórbido que pareça - eu já colecionava flores e folhas há algum tempo - sempre tem uma história por trás de cada pétala de flor sem vida que eu guardo no meu baú. Isso que me alivia quando a tristeza bate muito forte, se eu me lembro bem.
   















quinta-feira, 18 de junho de 2015

La pluie tombe

   Já faz algum tempo que os dias firmaram, depois do céu inteiro desabar durante dias.
   Chuva sempre me fez sorrir e me aconchegou, mas ultimamente as coisas mudaram um pouco. Sem botar o nariz pra fora de casa e odiando a vista da minha janela, eu tive que me distrair com o que pude e com o carinho que algumas pessoas especiais tinham me dado alguns dias antes. 
   A chuva caiu, e "il pleut comme vaches qui pissent" por quase uma semana. Não vou negar que foram dias bons, de ficar em casa quietinha ouvindo Belle and Sebastian e recebendo cafuné, mas às vezes, por algum motivo sem sentido, eu sinto falta do sol.